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Blog Novas Ideias

Quem disse que só tem um jeito?

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Quem disse que só tem um jeito?

O problema da política no Brasil é o brasileiro



Já faz parte do consciente coletivo brasileiro falar mal de políticos. Programas de humor barato e pseudo-intelectuais como CQC usam e abusam dessa característica do nosso povo para ganhar pontinhos no Ibope. Fazem piada, brincam com significado de siglas partidárias, como o dia em que uma criança - uma criança!!! - entrevistou um deputado do PMDB e perguntou para o mesmo se a sigla significava "pôr mais dinheiro no bolso". Tudo isso com o objetivo não de incentivar a politização do nosso povo, mas apenas de fazer humor fácil. Falar mal de político é uma piada fácil, sempre dá algum retorno. As pessoas gostam. Até o insignificante SNL Brasil entrou na onda de tirar sarro de político e conseguiu retorno: aumentou um ponto na audiência. Ou quando não são os programas de humor que exploram essa repulsa ds brasileiros À política são os programas popularescos que o fazem. O brasileiro "pira" - desculpe a expressão - quando ouve o bipolar Datena gritar palavras de ódio contra parlamentares no seu programa de "jornalismo" à tarde, ou o Gottino, na Record, ou qualquer outro que venha à público falar mal de político. Sempre dá certo: quem fala sai como alguém "influente", "inteligente", e os políticos sempre saem malfalados. 

Mas o que esses programas nunca abordam - por motivos quase óbvios - é que o problema da política no Brasil não está necessariamente nos políticos, mas nos brasileiros. Em qualquer profissão há bons e maus profissionais. Ha bons e maus médicos, bons e maus engenheiros, bons e maus pedreiros, bons e maus enfermeiros e bons e maus políticos. Se nos tratamos num médico e o achamos ruim mudamos de médico. Se contratamos um pedreiro e percebemos que ele não é profissional no seu trabalho o dispensamos e procuramos outro. Mas se votamos num político e ela faz um mau trabalho votamos nele novamente. Curioso isso, não?

Mas isso vai além de simplesmente votar em pessoas ruins. Acho que reeleger gente incompetente é apenas a ponta de um iceberg que representa uma característica perigosa do brasileiro: somos um povo despolitizado. Totalmente despolitizado. Semana passada ouvi duas mulheres conversando na rua sobre as eleições desse ano. Uma disse que a eleição desse ano é para prefeito. A outra perguntou: "prefeito é a Dilma, né? Mas ela não foi eleita ano passado?". Se esse fosse um caso isolado eu nem estaria aqui gastando meu tempo em escrever, mas não é. Essas duas senhoras são um retrato do Brasil atual.

Sim, somos um povo despolitizado. O brasileiro não sabe sequer a diferença entre Prefeitura, Governo do Estado e Governo Federal. Vota sem saber qual a função daquele cargo em que está votando. Brasileiro não sabe o que faz um vereador, nem um deputado federal - daí ter eleito o Tiririca. O povo também não sabe. E por não saber a função de um deputado não sabe o que cobrar. Quer a prova? Pergunte a uma pessoa qualquer a função de um Senador.

O brasileiro não entende qual é a atribuição de um prefeito, de um governador. Daí não se espantar quando o Celso Russomano aparece na TV como candidato à prefeito prometendo aumentar a segurança pública e entregar tablets para os PMs de SP, mesmo não sendo a segurança pública uma atribuição da prefeitura, e sim do governo estadual. Ou igual ao Haddad, que promete metrô na periferia, sendo que Metrô também é atribuição do governo estadual. Ou pior ainda é o Levy Fidelix que prometeu derrubar o aeroporto de Congonhas e reconstruí-lo em Guarulhos! Aeroporto é de competência do Governo Federal! E como ele vai construir uma obra em outra cidade que não a dele? É louco?!

Mas o brasileiro não percebe isso. Não sabe que o Fidelix está falando maluquices porque nã sabe que aeroporto é competência do Governo Federal. Não percebe porque não conhece política. Quando vê um maluco prometendo construir algo na cidade do vizinho acha normal e até gosta da proposta. O brasileiro, historicamente, é desligado do movimento político brasileiro, o que já nos rendeu uma ditadura getulista perversa, uma quase revolução comunista e uma ditadura militar. E nada disso fez o brasileiro se interessar por política. O brasileiro não sabe a diferença entre ideologias - nem mesmo muitos políticos. Não sabe o significado das siglas partidárias. Não sabe de onde surgiram os partidos. Se soubesse entenderia que o PRB do Russomano foi criado pelo Edir Macedo como uma legenda de aluguel para negociar tempo na TV para partidos e para ser um poderoso lobby pra sua igreja Universal, e que é um partido sem a menor estrutura para administrar uma cidade do tamanho de SP. O brasileiro sequer sabe que o partido do Russomano é o PRB. O brasileiro se espantou com a aliança entre Lula e Maluf, mas não sabe bem o porquê. Não entende que o PP de Paulo Maluf encarna tudo aquilo que o PT do Lula sempre demonizou. Aliás, o brasileiro não sabe que o partido do Maluf é o PP, e muito menos que o PP, junto com o DEM, são hoje o que sobrou do Arena. O brasileiro cai fácil na conversa dos outros. Essa semana mesmo vimos a denúncia de um vereador em Franco da Rocha-SP que usou a distribuição gratuita de leite para pedir votos - e foi aplaudido no local.

Essa despolitização é perigosa para o Brasil. Coloca nosso país nas mãos de aproveitadores que usam o país para satisfazer sua ganância pelo poder. Com essa despolitização o brasileiro reelegeu José Sarney. Com essa despolitização o brasileiro não percebeu que a eleição da Dilma foi apenas uma forma de manter o PT no governo sob o comando do Lula, mas que ela não tinha qualquer competência para assumir uma responsabilidade desse tamanho - a forma como ela lida com greves é um bom exemplo disso.

Uma solução? Incentivar a politização do brasileiro. Como? Talvez começando pelo começo... rs Ensinar política nas escolas seria uma forma bastante interessante de tentar quebrar essa cultura despolitizada do brasileiro. Mas política ensinada pra crianças por pessoas não partidárias, para não termos o risco de ao invés de ensinar política estarmos recrutando futuros petistas. E sou a favor também da filiação partidária. Penso que qualquer pessoa que diga ser engajada em qualquer coisa na sociedade deveria se filiar a um partido político. Conhecer a ideologia, a história e a atualidade dos partidos brasileiros e se filiar a um deles.  Saber porque aquele partido tem aquele nome, quem o fundou, o que queria quando fundou, qual a diferença entre aquele partidos e todos os outros. Saber pelo menos a diferença entre Direita e Esquerda, meu deus! Filiação partidária não significa apenas concorrer à eleição, mas estar envolvido nos assuntos do partido, saber o que os deputados daquele partido fazem em Brasília, quais os critérios que o partido usa para lançar candidatos, etc. Sem isso não vejo outra solução. Não acredito em militância social sem a vinculação a algum partido político. Não acredito em "movimentos apolíticos". Todo e qualquer movimento que queria realmente mudar algo no país precisa ter uma ideologia partidária.

Do jeito que está não dá pra deixar mais. A política no Brasil chegou a níveis baixíssimos. A qualidade de nossos eleitos é péssima. E a tendência é piorar. Por que? Porque os que votam não prezam pela qualidade do voto. Votam em qualquer um. Por isso temos Tiririca, Marquito e etc.

Pior do que tá fica, sim! E como fica!

A "Web Agressividade"

Laci Green, vlogger americana

A cada dia eu me assusto mais com a internet. Parece que as pessoas vem ficando mais agressivas, mais intolerantes e pior, se escondendo atrás do anonimato da tela do computador. Qualquer coisa escrita e publicada na internet que vá de encontro aos interesses de algum grupo é motivo o suficiente para que o responsável pela publicação sofra todo o tipo de ofensas. Eu mesmo já passei por isso em alguns textos que escrevi aqui, com as repercussões que eles tiveram no meu Twitter: recebi todo o tipo de ofensas por defender o respeito às pessoas independente da opção sexual que elas tenham. No meu caso recebi apenas ofensas gratuitas de gente que não tem mais o que fazer, mesmo. Mas nem sempre fica apenas na ofensa.

Uma vlogueira americana sentiu na pele a “web agressividade” (até onde sei esse termo não existe, então desculpem o neologismo). Laci Green (a da foto lá em cima) é vlogger e educadora sexual e mantém uma conta no Youtube onde publica seus vídeos e um Tumblr bem interessante onde ela comenta um pouco dos seus vídeos. Pois bem, tudo ia certo na vida da moça até que um certo grupo americano resolveu iniciar uma série de ataques. O motivo? Num vídeo dela de 2009 ela se referiu aos transsexuais como “travecos”. Só isso. E isso foi o suficiente para receber ofensas pela internet. Só que a coisa piorou. As ofensas migraram para ameaças, inclusive de morte. Num dos vários emails que a moça recebeu a pessoa disse ter o endereço da casa da vlogueira e enviou uma foto aérea do prédio onde ela morava. O resultado era de se esperar: ela teve de parar de publicar seus vídeos – pelo menos por um tempo – e levar o caso à polícia.

Curioso que a ameaça provavelmente partiu exatamente de um grupo conhecido por ser uma minoria que vive sob constante ameaça. Isso só prova uma coisa: qualquer grupo, seja o discriminador ou o discriminado, pode se perder e cair no fanatismo. E o resultado do fanatismo a gente sabe bem qual é: gente irracional que está disposto a brigar com quem quer que seja para defender o que acredita sem se importar com quem pensa diferente.

É difícil conviver com opiniões diferentes? Na internet, pelo menos, é!

Marly Marley: uma parte da história da TV brasileira

Imagine dois grandes nomes da TV brasileira juntos: Fernando Faro e Marly Marley. Sim, eles estiveram juntos no programa de Fernando na TV Cultura, Mobile. A entrevista com Marly Marley é simplesmente imperdível. Quem trabalhou com Vicente Celestino, Mazaroppi, Laís Bodansky, Dercy Gonçalves e José Vasconcelos, como ela, tem muita coisa boa pra contar!




É uma pena o Brasil não dar valor à sua própria história. Taí uma mulher que merecia um filme sobre a vida e carreira. Ela e tantos outros grandes nomes da cultura popular - Vicente Celestino, por exemplo - que passam despercebidos, enquanto idolatramos produtos de uma indústria cultural vazia, pré-fabricada pelas rádios que encomendam pseudo-sucessos apenas para faturar com publicidade.

Música de Domingo: Valentine - Xandria



Olá, leitores.

Está de volta ao Blog Novas Ideias a seção Música de Domingo, que há 2 anos vem trazendo todos os domingos dicas de boa música e que havia sido interrompida no fim de 2011. E como nossa primeira indicação de 2012 temos um lançamento: a banda alemã de gotic metal Xandria, totalmente desconhecida no Brasil vem fazendo sucesso na Alemanha com seu novo álbum, Neverworld's End, lançado na última sexta feira. Depois de algum tempo sem lançar nenhum CD de inéditas e com nova vocalista, Manuella Kraller, Xandria mostra que continua com o mesmo fôlego de antes. Com pouco tempo de vendas, Neverworld's End já está entre os 50 álbuns mais vendidos em toda a Alemanha.

E o mais novo single do álbum é Valentine, a música que você vai conhecer hoje aqui no nosso blog:


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