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Blog Novas Ideias

Quem disse que só tem um jeito?

Blog Novas Ideias

Quem disse que só tem um jeito?

Dona Neli: a boa árvore dá bons frutos #Mulheres2014



Pelo Facebook, o Blog Novas Ideias lançou a proposta de leitores enviarem histórias inspiradoras de mulheres comuns, para encerrar a série Mulheres com Novas Ideias desse ano. Entre todas as histórias enviadas a selecionada foi a da curitibana Letícia Lima, que contou a história de dona Neli, sua avó que faleceu em 2013. 

Acompanhe:

***

Na música “Todos os defeitos de uma mulher perfeita”, Chorão descreve em seus versos algumas qualidades de uma “mulher perfeita” – Com força, sensibilidade e garra. Entre outras qualidades, é a partir desses versos que conto a história de minha avó – aquela que possui todos os “defeitos” de uma mulher perfeita. 

Nascida em meados de 1949, no interior do estado do Paraná, Neli, desde a sua adolescência, sempre pensou diferente das condições em que vivia em Ibaiti. Vivendo com pais com problemas psíquicos e irmãs “garota de programa”, resolveu cedo começar sua aventura de sobrevivência, indo á capital paranaense, com o objetivo de trazer bons benefícios aos seus parentes com seus estudos. 

Enfrentou fome, humilhação, e exploração, sobrevivendo como doméstica de tios, em suas horas livres se empenhava em estudar cursos e línguas. Aos 15 anos, já era fluente no alemão. 

Na vida adulta, conheceu o homem com quem vivera o resto de sua velhice: Aristeu. 

Começaram sua jornada aos 23 anos, morando em um quarto alugado, comendo os restos de alimentos do lixo, e ajuntando o resto do que tinham. Meu avô trabalhando com toras pesadas de madeira (o que causou hérnia no futuro) e minha avó de “sacoleira” batendo em porta em porta em busca de sustendo. 

O fruto do suor trouxe um terreno avaliado em mais de um milhão de reais. Sua promessa foi comprida: cuidou de seus pais até a morte. Cuidou de suas irmãs até quando sua doença permitiu. 

Ajudar parentes não foi o bastante para ela, em sua casa, passaram mais de 30 jovens desabrigados, que assim como ela, não tinham o que comer, ajudou-os para que eles tivessem uma vida digna, assim como ela conquistou. Evangelizou milhares de pessoas, no Paraná e afora, mostrando que Jesus, foi o pilar de onde ela chegou. 

Infelizmente, o antônimo de perfeição é a falha, e ela como humana, morreu aos 64 anos com problema pulmonar e indício de câncer. E é a ela a quem dedico meu texto, a mulher que foi a heroína do meu viver, que por meio de dificuldades me ensinou a ter valor a um prato de comida e a ela, a quem me incentivou ao meu estudo, a ela, a minha entrada numa faculdade pública, obrigada vó, sem você eu não teria tantos bons frutos . 

Descanse em paz.

Por um mundo com mais "Malalas" #Mulheres2014

Malala Yousafzai


Por Liesel Hoffmann


Já havia ouvido falar na paquistanesa adolescente que vinha revolucionando seu país antes dos acontecimentos de 2012, em que Malala Yousafzai foi atingida por tiros disparados por fundamentalistas islâmicos. Mas até então nunca havia dado muita atenção ao que ela tinha para falar, por pensar que era uma realidade tão distante da minha que suas palavras não iriam me impactar em nada. Foi com esse pensamento que resisti a comprar o livro publicado por ela após se recuperar quase milagrosamente. Só o fiz por causa da insistência de amigos que o leram e comentavam tanto que me vi sem assunto em alguns momentos. 

Ainda bem que comprei o livro. O li em menos de uma semana, e a vida dessa garota ainda está me impactando. 

Malala, desde o início, lutou contra um regime forte e poderoso no mundo árabe. Ainda pré-adolescente se viu obrigada a assumir uma briga por uma causa linda: estudar. Tudo o que a pequena moradora do Vale Swat queria era o direito de ir à escola com seu uniforme seus livros e lá absorver um pouco da cultura. Bem diferente do que pensavam os fundamentalistas, que viam nessa atitude uma rebeldia contra a religião islâmica e uma certa "aproximação com o Ocidente". Malala, que viu seu direito ameaçado, se sentiu obrigada a assumir a luta pelo direito à liberdade de expressão, luta essa defendida também pelo seu pai, dono de uma pequena escola na região. 

As coisas só complicaram com a chegada do Taleban na região, que obrigou as meninas a abandonarem a escola sob ameaças de morte, além de destruírem diversos estabelecimentos. Milhares morreram em confrontos e outros vários foram obrigados a saírem de suas casas, entre eles a família de Malala. Mas essa garota não desistiu de sua luta e, ao voltar para casa, tratou logo de organizar de novo seus livros e procurar sua escola, para que pudesse retomar seus estudos. 

Por conta da tentativa de assassinato por parte do Taleban, Malala mora hoje em Londres com a família, mas continua em sua luta para que outras meninas tenham o direito a educação. 

Malala é um exemplo de força e apego a uma causa nobre. Vivemos num mundo tão relativo, onde as pessoas não defendem mais nada, não lutam por mais nada, e encontrar alguém como a Malala é confortante. Nos faz pensar que nem tudo está perdido. 

Tomara que hajam outras Malalas no mundo, só assim podemos ter um pouco mais de esperança no futuro. 



Liesel Hoffmann é alemã e mora em Berlin. Chefe de redação de jornalismo esportivo da Deutsche Welle, principal rede de notícias da Alemanha e uma das principais do mundo, Liesel admite que quando aceitou a vaga não gostava de esportes. Mal sabia o elenco do Borussia, time do coração, mas vem se destacando há um ano na função. Tem planos de estar no Brasil para a Copa do Mundo. 

Liesel já escreveu em várias outras oportunidades no Blog Novas Ideias. 

Mulheres machistas. Sim, elas existem #Mulheres2014

Fonte da imagem: Sexplicando

Por Larissa Oliveira

Olá, amigos do Blog Novas Ideias. 

Se você conhece algum caso de uma mulher que foi agredida pelo companheiro, provavelmente você já ouviu alguém dizer que ela apanhou porque "deu motivos". Eu já ouvi isso. Mulheres comentando entre si (salão de cabeleireiro é o point perfeito pra isso) sobre uma outra que supostamente teria apanhado do marido, e uma comentou: "também, irritante como ela é, até dá pra entender porque o marido dá uns petelecos às vezes". 

Se pararmos para pensar, o machismo vem de família. Nenhum homem nasce machista. Ele aprende a ser. Como aprende? Principalmente dentro de casa, e é lá que a mãe tem sua parcela de culpa. Mães como essa que eu descrevi acima, que ainda veem a mulher como um produto submisso ao homem (e aí a religião tem grande culpa). Lembra de comentários como "quando seu pai chegar vou contar tudo para ele"? Pois é, por que o pai é quem tem que resolver? E a autoridade materna, onde fica? Por mais simples que pareça, o machismo está presente em detalhes do nosso dia a dia. E ele pode ser perpetuado. Aprendemos a ser machista e ensinamos nossos filhos. O início do machismo está na divisão de tarefas em casa: qual mãe coloca o menino para limpar a casa? Poucas. Por que? "isso é coisa de mulher". Quem disse?

É triste ter que assumir, mas ainda há muitas mulheres que reforçam conceitos machistas no dia a dia. O sociólogo Gustavo Venturi diz que o machismo só existe ainda porque é perpetuado pela própria vitima. As pessoas passam a achar tão comum aquele comportamento que o incorporam, e passam de geração em geração. Isso se aplica não só ao machismo, mas a homofobia e outros problemas da nossa sociedade, ainda tão fortes. E não é difícil ver atitudes machistas em mulheres. Não pagar a conta, não tomar a iniciativa num relacionamento, casar-se com homens que ganham mais, escolher homens que tenham mais experiências sexuais que a mulher, não escolher e outras coisas que são consideradas "coisas de homem". Quer ver o machismo presente de forma viva? Observe um casal em que a mulher é mais alta e veja a reação das pessoas em volta. 

Pois é, o machismo ainda está presente, e no subconsciente feminino, pra piorar. Antes de cobrar dos homens atitudes mais igualitárias, nós temos que nos ver como iguais. Iguais em tudo. Só assim poderemos cobrar. 


Larissa Oliveira, 23 anos, é paulistana e estudante de Direito. Membro da Juventude Tucana, do PSDB, e irá fazer campanha intensa pela candidatura de Aécio Neves esse ano. Gosta de Rock, Mallu Magalhães e Criolo. Assume já ter cometido vários erros na vida (ter votado no PT na eleição para governador em 2006 foi um deles, diz ela). 

Mulheres com Novas Ideias 2014


Está no ar, pelo quinto ano consecutivo, a edição 2014 da série Mulheres com Novas Ideias. Quem lê o blog desde o começo já conhece essa série que já se tornou uma marca do blog. Todos os anos, na semana da mulher, o Blog Novas Ideias convida blogueiras para participarem do blog e darem aqui sua visão de mundo, sua forma de encarar a sociedade e o que nos rodeia. 

Veja aqui a edições de 2010 / 2011 / 2012 / 2013.

Teremos a participação da estudante de Direito Larissa Oliveira, que já participou outras vezes aqui no blog e nos presenteia com sua visão de mundo. Membro da juventude do PSDB de São Paulo, a Larissa é do tipo que sonha em fazer a diferença no mundo. 

Nos dando o privilégio da participação teremos novamente aqui a jornalista alemã Liesel Hoffmann, atualmente diretora de jornalismo esportivo de uma importante rede de notícias de Berlim. A Liesel já foi colunista oficial do blog e já participou em outras edições do Mulheres, e esse ano nos presenteia novamente com sua inteligencia. 

Para encerrar, teremos a história de vida de dona Neli, enviada pela Letícia Lima, uma das leitoras do blog, uma história de superação e amor pela família. Vale a pena conferir. 

Começa hoje, aqui no Blog Novas Ideias. 

Acompanhe! 

Angela Merkel: a mulher mais poderosa do mundo #Mulheres2013


Por Liesel Hoffmann


Não sei se tem alguma lista da Times que comprova isso, mas qualquer lista é desnecessária: os fatos comprovam: Angela Merkel é a mulher mais poderosa do mundo, hoje.

Primeira-ministra alemã, 57 anos, casada e sem filhos, Angela vem se mostrando dia após dia como uma das principais lideranças mundiais, principalmente em meio a crise econômica que vem fazendo países como vítima em toda a Europa. Colocando a Alemanha na dianteira das soluções para a crise europeia, Angela mostra que tem pulso firme para tomar decisões e que sabe o que é melhor para outros países que se encontram perdidos em meio a um mundo de dívidas intermináveis, como a Grécia.

É filha de um casal de pastores luteranos de Hamburgo, que logo trocaram a cidade pela Alemanha Oriental comunista, onde religiosos não eram bem vistos. A família de Angela nunca foi igual às do leste. Eles recebiam correspondências e pacotes do lado oeste. Por isso, ao contrário de outras meninas, Angela usava jeans e dispunha de confortos que seus vizinhos não podiam se permitir. Outra grande mudança em sua vida foi a construção do Muro de Berlim, em 13 de agosto de 1961. Com a contrução da barreira, acabaram-se as viagens para Hamburgo e as visitas aos familiares deixados lá.

Os biógrafos a retratam como uma aluna aplicada, a primeira da classe, sem ser competitiva. Não há uma unanimidade sobre seu pai, que se manteve entre a crítica e a adaptação ao regime e que pode ter tido uma curta relação com a Stasi (serviços secretos da RDA).

Aos 23 anos, casou-se com Ulrich Merkel, um colega de estudos. O casamento "simplesmente ocorreu porque todos faziam isso na época", disse uma vez Angela, que não teve filhos. Divorciou-se cinco anos depois e, aos 32 anos, complementou seu currículo acadêmico com um doutorado em Física, em cuja tese ela agradece a Joachim Sauer, seu atual marido. Em fevereiro de 1990, Merkel deixou a Física de lado e entrou na CDU. Depois, se tornou porta-voz do último primeiro-ministro da Alemanha Oriental, Lothar de Maiziere. Mais tarde, Helmut Kohl fez dela sua ministra para a Mulher e a Juventude, em 1991. Deu-lhe uma das vice-presidências da CDU e depois a transferiu para a pasta dO Meio Ambiente, em 1994.

Com a derrota de Kohl, em 1998, Merkel assumiu a secretaria-geral do partido, com Wolgang Schaeuble, o eterno herdeiro do patriarca, já na Presidência da CDU. Os que esperavam que ela ficaria parada se equivocaram. O escândalo das contas secretas respingou em Schaeuble e ela teve uma atitude inesperada: publicou um artigo no conservador Frankfurter Allgemeine Zeitung em que declarava sua emancipação de Kohl.

Schaeuble estava acabado, a relação com Kohl se rompeu e ela assumiu a Presidência da CDU, em 2000. Era a primeira mulher à frente de um partido que até então só conhecia patriarcas.
Mas as adversidades não a desanimaram. Merkel recebeu com um sorriso o que pareceu sua grande derrota: em 2002, o bávaro Edmund Stoiber se apresentou como candidato à Chancelaria, por considerar-se mais apto para derrubar Schröder. O que não aconteceu.

Angela Merkel também não tem filhos com Joachim Sauer, divorciado e pai de dois rapazes, com os quais ela mantém uma relação cordial.

Sem o mesmo alarde feito pelo Brasil, Angela Merkel é a primeira mulher a assumir o cargo de chanceler alemã, além de ser a primeira militante com história política na Alemanha Oriental a assumir um alto cargo no governo alemão - o principal cargo, diga-se de passagem, se considerarmos que na Alemanha o Primeiro-Ministro tem mais poderes que o próprio presidente da República. Considerada conservadora pelos políticos alemães, Angela mostra uma capacidade incrível de lidar com os bastidores da política, conseguindo apaziguar ânimos raivosos entre todos os partidos alemães, inclusive dentro de seu próprio partido, o UDC - Partido Cristão Democrático, que vive de tensões entre católicos e protestantes que disputam espaço político.

Politicamente, Angela Merkel tem tudo o que um político não deve ter: não tem o menor carisma, nem sempre tem respostas para tudo e usa seu sorriso malfeito para disfarçar uma timidez enorme. Mas mesmo assim a mulher mais poderosa do mundo atual vem mostrando que sabe o cargo que tem, a importância que tem e que sabe o que fazer.

Bem, essa foi minha análise de Angela Merkel, uma mulher que, ao meu ver, tem competência o suficiente para dominar o mundo. Agradeço ao Wesley Talaveira pelo convite para participar da Semana Mulheres com Novas Ideias aqui no blog.


Liesel Hoffmann, 26 anos, é jornalista e mora em Berlim. Alemã de Hamburgo, cresceu no Brasil e retornou ao seu país em 2009.


Twitter: twitter.com/lieselhoffmann
Facebook: facebook.com/lieselhoffmann

"Os Filmes sempre nos tocarão independente de sua época": Entrevista com Larissa Vereza #Mulheres2013




Larissa Vereza tem um currículo invejável. Atuou na novela Paraíso, trama de Benedito Rui Barbosa (Rede Globo), além de ter atuado em diversas outras novelas e filmes, como a novela "Os Mutantes", da Rede Record e o filme "Bezerra de Menezes: o Diário de um Espírito". Formada em Artes Cênicas pela Universidade Estácio de Sá - RJ - e especialização em interpretação para Cinema pela New York Film Academy, em Los Angeles, Larissa Vereza é dona de um carisma sem igual, além da competência profissional indiscutível. Assim como disse o roteirista canadense Michael Shandrick, Larissa tem um "carisma maravilhoso, que permite que seu rosto prenda nossa atenção na tela". Além de tudo isso, é filha do ator Carlos Vereza, ou seja, já nasceu com sangue artístico.

Larissa concedeu uma interessantíssima entrevista à este blog sobre cinema e suas influências. Veja:

Wesley Talaveira: Você acredita que o cinema exerce alguma influência sobre as pessoas? Qual? Larissa Vereza: Acredito que os filmes tem o poder de nos fazer refletir, mudar nossos sentimentos e pensamentos, mesmo que momentaneamente e quem sabe até, nos fazer mudar de opinião. O cinema geralmente reflete as angustias e pensamentos de toda uma sociedade, revelando idéias ocultas no consciente coletivo. Pessoalmente, sempre saio diferente depois de uma sessão de cinema. Sorrindo ou chorando, cantando... Enfim, acredito que mesmo que a pessoa mantenha um distanciamento, invariavelmente ela será tocada por alguma fala, algum olhar ou algum personagem.


O cineasta francês Jean-Claude Carrière afirma que, ao assistir um filme num cinema, o espectador se submete a uma “passividade voluntária”, por assistir o filme inteiro sem pausas, diferente da TV, onde o espectador pode, com o controle remoto, mudar de canal a hora que quiser. Você concorda com essa passividade? Concordo em termos. Ele não pode parar o filme, mas sem dúvida nenhuma, pode deixar a sala, trocar de sessão. A televisão com certeza precisa de mais empenho para ganhar a atenção do telespectador. Ela está ali, invadindo nossa vidas diariamente. O cinema não. O espectador escolhe sair de casa. Escolhe assistir a um determinado filme. Escolhe pagar o preço exorbitante do ingresso. Escolhe o seu assento.

Suponhamos que o mesmo filme passado no cinema fosse assistido em casa, porém sem intervalos comerciais. Haveria alguma forma de passividade? Quando escolhemos assistir a um filme, acredito que queiramos embarcar em uma outra realidade. Nos deliciar com outras vidas, dramas... Talvez esteja aí a passividade. Talvez a realidade esteja tão dura, o tempo tão escasso, que prefiramos embarcar por duas horas em aventuras, romances e tragédias ilusórias, para então, sairmos da nossa passividade cotidiana.

Carrière afirma que “a linguagem do cinema continua em mutação, semana a semana”, ou seja, um filme de 1950 se comunica de forma bem diferente de um filme de hoje. Se é assim, porque filmes antigos, como Chaplin, ainda agradam? A linguagem cinematográfica muda, mas filmes clássicos com os de Chaplin, continuam nos tocando profundamente, porque tratam de histórias universais. Histórias que independente da época em que vivemos, são iguais as minhas, as suas, as de nossos vizinhos. O vagabundo que ama, o menino abandonado, o trabalhador explorado. O posicionamento da câmera pode mudar, a edição, a música, mas acredito que os filmes sempre nos tocarão independentemente de sua época.

O cinema sofreu, ao longo dos anos, diversas transformações em sua forma de produção, montagem, cenas e etc. Carriére chama isso de “fluxo permanente”, no qual não é possível criar regras para a produção de um filme. Você acha que o cinema hoje continua se transformando? Claro. O mundo está cada vez mais conectado, veloz. Acredito que uma das principais mudanças que percebo nos filmes, é a forma com que são montados. As pessoas não têm mais paciência para cenas com silêncios, tempos, olhares. Parece que vivemos numa ânsia de informação, imagens. Estamos sempre atrasados, estressados. A arte sempre irá refletir uma geração, uma época. Com o cinema, não poderia ser diferente.

Como você analisa a produção publicitária no cinema? Acho que as produções poderiam ser mais ousadas, abusar mais da linguagem cinematográfica, adequando-se a um público já predisposto a novas ideias e formatos.

Dada sua experiência profissional, o que você poderia dizer aos que estão chegando no mercado profissional, seja ele publicitário oude cinema, no qual o conhecimento é imprescindível? Não se deixem abater pelas dificuldades. Isso é fundamental para qualquer profissão, especialmente as ligadas a arte. Não deixem seus sonhos serem desviados. Vejam o máximo de filme que puderem, leiam o que caírem em suas mãos. O livro, mais do que qualquer coisa, aguça nossa imaginação, nossa criatividade. Não acredito nessa história de que todos têm uma boa ideia. Boas ideias são preciosas. Se você as têm, não deixe ninguém lhe dizer o contrário e não permita que a falta de oportunidade lhe seja um empecilho.

Kyra: o lado delicado ds Gracie #Mulheres2013



Escrito por Larissa Oliveira

Quem acompanha um pouco mais o Jiu-Jitsu, ou até quem não se liga muito nesse assunto, com certeza já ouviu falar na numerosa família Gracie, que colocou o Brasil na liderança mundial das artes marciais. E o nome dos Gracie que vem fazendo sucesso atualmente não é nenhum homem forte, musculoso e de porte assustador. É uma mulher, e não uma mulher musculosa, alterada e quase deformada de tantos anabolizantes: é uma garota de 26 anos, aspecto frágil e voz delicada: Kyra Gracie.

Pentacampeã mundial de Jiu-Jitsu, Kyra nasceu no Rio de Janeiro e na infância foi desacreditada, já que veio de uma família de tradição machista que achava que a luta não era "coisa para mulheres". Mas Kyra cresceu e tomou gosto pela luta, e aos 11 anos já treinava com seu kimono, e aos 20 participou pela primeira vez de uma luta oficial. inscrita por engano numa luta para pesos diferentes do seu peso na época, enfrentou pessoas muito mais altas e fortes que ela, e para surpresa da família venceu. E desde então vem vencendo e mostrando que as mulheres também tem vez nas artes marciais. Pelo menos na família Gracie.

Kyra também é adepta da famosa dieta dos Gracie: nunca provou carne de porco nem batata frita na vida e passou mal na única vez em que provou sorvete. Já para compensar tomava açaí desde muito pequena, ainda na mamadeira, e sua refeição preferida é a tapioca (argh!). Bom, não é à toa que ela tem aquele corpo maravilhoso. E além do corpo, vale lembrar a força física que ela tem, disfarçada no aspecto frágil.

Kyra é uma prova de uma pessoa que rompeu paradigmas em sua área: mostrou que mulheres também podem lutar sem perder sua feminilidade. Continua linda, sexy e forte como nunca. Por isso acho que ela é um bom nome para dominar o mundo, pelo menos o mundo do Jiu-Jitsu. Aliás, ela já domina: é a única mulher do mundo que nunca perdeu uma luta com pessoas de seu próprio peso e é um nome temido entre outras lutadoras ao redor do mundo.

Obrigado ao Wesley pelo convite para participar da semana especial aqui no blog, e desejo a todas nós uma boa semana da Mulher!


Larissa Oliveira, 23 anos, é estudante de direito. Já foi colaboradora do Blog Novas Ideias. É filiada ao PSDB e é membro da Juventude da Social Democracia do partido.


Twitter: twitter.com/laroliver

Mulheres com Novas Ideias: #Mulheres2013



Olá, amigos!

É bom ver que o Blog Novas Ideias cresce a cada ano. Prova disso são as séries de postagens especiais, que trazem novos leitores, além de fidelizar ainda mais os que já passam sempre por aqui. E entre essas séries especiais uma que se tornou uma marca do blog é a semana especial Mulheres com Novas Ideias, que pelo quarto ano consecutivo trás blogueiras convidadas para participar do blog e dar sua visão de mundo, sua forma de ver as coisas. A série Mulheres com Novas Ideias é uma das ações do blog que reforçam nossa missão: ver as coisas de forma diferente, dar espaço para opiniões diversas e estar aberto para o novo, o que confirma nosso slogan "quem disse que só tem um jeito?".

Para esse ano o blog resolveu trazer à nossa memória alguns dos bons textos já publicados aqui por blogueiras, convidadas ou que já colaboraram com o blog. Teremos também, novamente, a participação da jornalista alemã Liesel Hoffmann, da equipe de redação da revista Der Spiegel, além da estudante de direito e militante tucana Larissa Oliveira, que já deu sua valiosa contribuição ao blog por várias vezes. 

Enfim, esperamos que a edição 2013 da semana Mulheres com Novas Ideias seja tão proveitosa como foi em anos anteriores. Participe da série comentando nos posts, divulgando nas redes sociais, comentando com amigos.  E se você ainda não conhecia a semana especial do blog conheça as edições de 2010, 2011 e 2012

E parabéns às mulheres!

Mulheres com Novas Ideias 2012: o saldo final de tudo #Mulheres2012



Olá, leitores.

Encerramos hoje mais uma edição da Semana especial Mulheres com Novas Ideias #Mulheres2012, que pela terceira vez abriu espaço para que mulheres, blogueiras ou não, pudessem dar aqui seu ponto de vista, sua opinião sobre diversos assuntos.

Nesse ano nossa Semana teve um tema específico: "As mulheres vão dominar o mundo?" e posso dizer com certeza que esse ano tivemos a Semana mais produtiva de todas. Não desmerecendo as duas edições anteriores (se você ainda não viu veja aqui a Semana de 2010 e aqui a Semana de 2011) que também foram ótimas, mas a edição de 2012, talvez pelo fato de ter um tema único, contou com material rico em conteúdo, além da dedicação das nossas convidadas que reservaram alguns minutos do seu dia para preparar seus textos. O resultado foi surpreendente! 

Para abrir a Semana a cantora gaúcha Lara Rossato falou um pouco de si, sua carreira como cantora e dos obstáculos que teve de vencer para se tornar o que é hoje: uma referência do cenário musical gaúcho. No texto seguinte a estudante de direito Larissa Oliveira falou de Kyra Gracie, a lutadora de Jiu Jitsu que venceu o preconceito dentro da própria família e se tornou hoje a maior lutadora do mundo. Tivemos ainda a participação da blogueira Herlene Santos, que escreveu um belíssimo poema sobre o que é ser mulher. A blogueira maranhense Jannah Oliveira falou sobre o que as mulheres tiveram de enfrentar ao longo da história pra conquistar o espaço que conquistaram hoje. A gaúcha Mia Sodré falou aqui sobre a importância da figura feminina na sociedade e como ela nem sempre foi vista assim. A jornalista alemã Liesel Hoffmann - que participou de todas as edições da Semana especial - nos trouxe um resumo sobre a vida de Angela Merkel, a mulher de pulso firme que está por trás da poderosa Alemanha. E para encerrar tivemos uma participação muito especial: a jornalista Rosângela Cianci, da TV Unisa e da revista Classe A nos deu o provilégio da participação com um texto sensacional onde destacou o quanto as mulheres ja cresceram e o quanto ainda podem crescer e ganhar espaço no mundo.

Enfim a Semana Mulheres com Novas Ideias de 2012 foi riquíssima em conteúdo, em participações especiais, além de ter batido recorde de visitas no blog. Só temos a comemorar! É muito bom saber que aida existem pessoas que querem ser conhecidas pela sua inteligência!

Obrigado a todas as participantes! E até o ano que vem!

As mulheres estão (quase) dominando o planeta #Mulheres2012



Por Rosângela Cianci

Diariamente sabemos de mulheres que inspiram outras com exemplos intensos e arrebatadores. Diversidade, força, determinação, criatividade, realização de sonhos, uma energia contagiante que chamam a atenção pelos arredores da Terra.

E assim, a cada ano que passa, temos cada vez mais certeza de que as mulheres do Brasil e do mundo estão (quase) dominando o Planeta. Elas sonham, buscam, realizam,e, surpreendem.

Sim!!! A força de uma mulher que sonha não tem limites. Durante séculos, ela vem provando cada vez mais que está disposta a conquistar seu espaço, custe o que custar e, tem evoluído, tem aprimorado seu caminho, superado obstáculos com um jeitinho todo especial aqui e ali e aos poucos vai provando o que é realmente especial dentro de um leque bem amplo: atuar com a família, o marido, os desafios da maternidade, se sobressair no trabalho, manter vínculos sólidos com as amigas, ter qualidade de vida, cuidar de si mesma, curtir as novidades, afinal, um pouquinho de vaidade não faz mal a ninguém...

Apesar das muitas conquistas durante séculos, há ainda muita desigualdade com os homens, principalmente no quesito financeiro. Qual a maior motivação do sexo feminino? Afinal, o que move as mulheres ao ponto de fazê-las não desistir nunca de seus ideais? É pura energia em movimento, parece que há uma forte consciência em “conduzir, talvez”, realizar sua missão e não se perder nessa existência – pelo menos é o que parece. Ela está sempre seguindo seu caminho com foco e estratégias para um avanço na conquista de valores e harmonia ainda desconhecidas. E isso - repito, no mundo inteiro.

As mulheres tem se destacado em profissões incríveis que antes eram departamento apenas dos homens. Elas saem, às vezes bem cedo, de dentro de suas casas para enfrentar, conquistar e - dominar o mundo, mesmo aos poucos: na política, como “chefes de baton” em cargos de presidentas, inclusive, já podemos nos dar ao luxo de ter uma, embaixadoras que transitam por aí afora contrariando alguns machistas, executivas de grandes empresas, comandante de vôos, – que fazem “piruetas” no ar e cada movimento é muito ensaiado, motoristas de ônibus, de trem, pilotos de carro na velocidade máxima entre outros pilotos homens e motores barulhentos, de corridas de cavalo que ganharam novo brilho na profissão de joqueta,... Elas fazem arte, pesca profissional, dançam, cantam (e encantam), são médicas, advogadas, engenheiras, jornalistas, vendedoras, empresárias, e muitas outras tarefas. Superam-se em meio a deslizes e mantem uma meta constante e vitoriosa.

A mulher moderna, inclusive donas de casa, que optam por esta faceta do universo feminino, exalam seu brilho interior em toda a sua plenitude. Uma pitada de intuição e raciocínio aqui, paixão e amor na dupla e tripla jornada ali... Ela é tão simples, e, às vezes tão enigmática. Multifuncional. Ser mulher é um dom, uma benção, uma forma única de enxergar a vida mesmo após um longo dia de trabalho. É provado que as mulheres conseguem fazer muitas coisas ao mesmo tempo, afinal isso é tudo que se pode esperar de um cargo, principalmente de chefia. No final do século passado, mais precisamente a partir dos anos 60, estudiosos apontaram um novo rumo na humanidade por parte dos casais. Interessante que alguns maridos ou companheiros conseguem ajudar sua mulher, e isso até que contribui para deixar o casal mais unido. Eles dividem praticamente todas as tarefas domésticas quando ela trabalha fora e tem que chegar em casa, fazer comida, administrar o lar, cuidar dos filhos, do próprio marido (aqueles que não cresceram o suficiente) e assim fica bem mais fácil para que ela progrida e ambos cresçam em seus sonhos. Se ela encontrar esse parceiro na divisão do amor e dos trabalhos a serem realizados, se ela não for confundidaa com uma empregada particular para fazer as coisas só para ele e todo o clã - incluindo tudo que envolve a moradia, "ótimo!", ela só terá cada vez mais chances de progredir. O número de divórcios no Brasil aumenta cada vez mais, porque falta compreensão masculina e as mulheres não aceitam mais essa condição machista de cuidar da casa e dos filhos sózinha, enquanto o homem apenas trabalha para levar (parte) o sustento. Elas querem mais. Elas merecem mais! Bom, mas esse é um outro tema...

E eis que surge o “Dia Internacional da Mulher”, um feriado mundial para falar de nós mulheres. Por que é importante salientar esse feriado mundial? Não por que as mulheres queiram ser iguais aos homens, mas porque somos diferentes e precisamos de condições diferentes para nos realizarmos e também para lembrar disso seriam necessários muitos dias da mulher num ano! Poderia ficar um tempão aqui, falando sobre a emancipação da mulher, suas conquistas (e devaneios) e muitos outros temas admiráveis relacionados a elas, de muitas que nem tomamos conhecimento. Ainda falta melhorar na África, na Ásia, no Brasil, muitas partes do mundo. Mas as coisas continuarão mudando para melhor, as mulheres continuarão avançando, crescendo até dominarem o mundo por completo. Hoje é um bom dia para pensarmos onde já chegamos e o que mais queremos alcançar! Parabéns para todas nós mulheres em expansão, pois a luta continua.

“Mulher Virtuosa, quem a achará? O seu valor excede o de finas joias.” – Provérbios do Rei Salomão



Rosângela Cianci, mineira, é jornalista formada pela UNISA - Universidade de Santo Amaro e apresenta o programa Informe-se na TV Unisa / CNU. É também colunista da revista Classe A e mantém o blog Emporium de Ideias.

Facebook: Rosângela Cianci
Blog Emporium de Ideias: http://emporiumdeideias.blogspot.com/

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